quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
There's really no need to take it out on us!!!
domingo, 27 de dezembro de 2009
Pensamento Aleatório #4
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Pai
Pensamento Aleatório #3
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Inapto
A chuva (que cai teimosamente na minha cara) lembra-me hoje que estou vivo. Ainda assim... já não oiço sons, martirizado pela intensidade e densidade dos meus pensamentos; já não vejo cores, há demasiado tempo que tudo é desbotado; os meus passos automáticos adquiriram uma inevitável periodicidade; e, ainda mais triste, o que os outros chamam de dor, é para mim uma persistente dormência.
Inapto, deslocado e alienado. Quantas vezes me forcei a chorar (ou pior) para fingir que ainda sinto? Quando o sol brilhava era-me natural chorar (tão longe acho esse tempo que duvido que tenha realmente alguma vez existido), e o chorar era sentido.
Tenho inveja até de quando era miserável, ao menos... ao menos era um sentimento genuíno, com uma qualquer reacção.
Hoje... hoje tudo é vazio e desfocado; hoje, cada pincelada lânguida que dou na tela (que há séculos está por pintar) é cinzenta e pálida, estranha; cada verso que escrevo, para o tempo passar mais rápido é fingido (como se de outra pessoa se tratasse); cada acorde ou nota que tento juntar (numa tentativa ridícula de fazer algo sublime que possa apelidar de meu) está fora de tom ou é forçado... Inapto.
Lembro-me por vezes, com alguma saudade, admito, (entre repetitivas insónias) do chilrear dos pássaros, que me retiravam de mim mesmo, me acoradavam da minha insónia... para tentar recomeçar o dia, para tentar ser melhor, e... pertencer.
Hoje nem tento dormir (sempre me considerei um realista), e os pássaros já nem cantam... Encosto a cabeça na almofada sem esperança e chego a fingir que estou a dormir, é importante para os outros que eu pareça bem e faça um sorriso (irónico que seja, nao me custa...).
Perdi conta dos dias, são todos repetidos e em todos eles sinto que perdi o controlo e que não sou meu.
Devo estar a viver a vida de outra pessoa, sem poder alterar ou sequer vivê-la realmente. Dans une autre vie misérable. Inapto
2:21 am
domingo, 13 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A Despedida
Nesta vida que cessa
Antes da tua meu amor!
Gritei e bradei pelo meu último fôlego,
Para me encontrar antes de partir
Desta terra de desalento.
Sentimento antagónico do meu ser,
Pelo que ficou por conhecer
Desta tua infinita criação.
Por lados errados atravessei este mundo,
Momentos de conforto fingido,
Por estes cantos de vergonha embriagada.
Sina e infortúnia,
Sorte e calúnia
Mancharam minha retina.
Triste figura, mirrada e frágil,
Onde outrora saúde resplandecia,
Agora febril e moribunda.
Minha progenitura geme
Pelo fado que teme,
De nunca ter conhecido o amparo do meu amor.
Como qualquer libertino condenado
A uma eternidade de escravidão.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
If I should fall from grace with god
Ensaio sobre a Insónia
Sinto o frio do caixilho de metal da janela onde me debruço,
Onde me debruço sobre ontem, hoje e amanhã.
A leve brisa trespassa-me enquanto leva o fumo do cigarro que me consome.
Observo o aparentemente calmo e adormecido ambiente citadino à beira-mar,
Tão distante e diferente do desconforto, desolo e atribulação que lhe atribuo regularmente.
Mais complexo que a uma primeira e tacanha vista,
Denoto o piscar frenético da iluminação, os carros distantes e os zumbidos periódicos da maquinaria que pernoita.
Perco-me a pensar para onde a linha do horizonte me levaria,
Enquanto me distancio de todas as minhas vivências e escapo a todos os fúteis pensamentos que me toldam o julgamento.
Sinto a dor de todos e compaixão por tudo, contemplando apática e pronfundamente tudo, desprezando todos.
Volto a mim, questionando a sanidade destes pensamentos…
Olho para este negro tecto, que em mil pontos iluminados me há de apontar o caminho.
E adormeço-me sobre este deturpado e falacioso sentimento.